“Mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração. A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes trevas serão!” Mateus 6:20-23.

Eis um texto que sempre apreciei muito em ler. A combinação das palavras mostrando um ensinamento profundo é um dos maiores exemplos bíblicos de que a Escritura Sagrada deve realmente ser o nosso manual de fé e prática. Sempre que lia este texto ficava intrigado com a parte final dele. O Senhor Jesus gostava de uma fraseologia elaborada, na qual já estaria inserido o ensinamento que Ele queria trazer à tona. No caso do texto acima, como pode a luz ser trevas? Obviamente o contexto de grande parte do capítulo 6 de Mateus trata sobre os bens materiais e o secularismo, algo sobre o que o Senhor Jesus nos alerta a evitarmos. Contudo, no meio do seu ensinamento observamo-lo falando sobre o olhos. “Olhos”, neste caso, tem a ver com cobiça, ganância, avareza. Entretanto, há mais do que isso: Lembro-lhe de que Jesus não falava a um público descrente mas aos seus seguidores, seus discípulos. Sendo assim, podemos tomar o texto como aplicável diretamente a nós, seus servos. Podemos estar com nossa vida “eclipsada” por trevas que estão corroendo a nossa alma. Estas trevas, pelo que mostra o texto, surgem de forma tão sutil que podemos, despercebidamente, pensar que as mesmas são luz; assim, quão grandes serão tais trevas!!

Que tipos de ataques podem apagar o brilho do Espírito Santo em nossa vida, eclipsado gradualmente por algo maligno? Algo que leve àquele secularismo frio, aquilo que chamo de “treva absoluta”, pois pode permear a vida de um indivíduo que, inclusive, se ache religioso e bom praticante de preceitos cristãos. Sem dúvida alguma, o melhor meio de se caminhar a tal estado é através da indiferença, da apatia espiritual. De fato, Satanás não precisa de mais desviados, pessoas que abandonem, necessariamente, igrejas. Ele tem tentado fazer com que as pessoas “morram” espiritualmente dentro das igrejas e nelas, espiritualmente, apodreçam. Pessoas famintas que podem experimentar o alimento sólido pela orientação da Palavra, mas ao invés disso não se alimentam, tornam-se indiferentes à sua própria necessidade, e morrem. O eclipse avança. A “Luz” que uma vez brilhou com muita força morre aos poucos. Somos orientados pelo Senhor Jesus a vermos se a luz que há em nós, é luz de fato. Como saber se a minha vida caminha em direção à Luz de Deus? Se ela estiver sendo respaldada pela Palavra de Deus!! Por fim, o eclipse cobre o sol. O “calor” e o “brilho” do Espírito de Deus já não existem mais. Agora só há tormento, fuga, justificativas injustificáveis a Deus. Por causa de uma vida fria, vazia e indiferente já não se pode mais visualizar o intenso brilho de Cristo! E ao olhar para si mesmo, observa-se que a vida está sob o sol de satã…. Não se deixe levar, não esmoreça, não é o fim! O eclipse aos poucos sai. O vazio dá lugar a um novo preenchimento de Cristo. As “trevas” deram e sempre darão lugar à “Luz”. “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela”. Jo. 1:5

– Artur Eduardo, diretor-presidente do IALTH.

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